O soldado Celso, todo mundo vê, é afrodescendente e fui atrás dele, arrisquei a minha vida”, disse o presidente eleito após honraria.
O presidente eleito Jair Bolsonaro ainda não esqueceu que foi chamado de racista durante a campanha eleitoral. Nesta quarta-feira (5), após ser condecorado com a Medalha do Pacificador com Palma pelo Exército, em entrevista coletiva, ele fez questão de ressaltar que salvou a vida de um colega afrodescendente.

— Num exercício, um soldado desapareceu na lagoa e eu era atleta das Forças Armadas, bom nadador inclusive, e consegui encontrá-lo e resgatá-lo. O soldado Celso, está aqui do meu lado, e nós requerimos essa medalha quando começaram a se avolumar as acusações de que eu seria racista. E o soldado Celso, todo mundo vê, é um afrodescendente e fui atrás dele, arrisquei a minha vida.
O salvamento aconteceu em 1978, há 40 anos atrás.
— Dessa mesma forma, é um ser humano, um soldado do Exército Brasileiro, e nos princípios instados na Academia de Agulhas Negras, por instinto até, nós arriscamos a nossa vida para salvar a vida de um colega nosso. Estou muito feliz, o comandante despachou há algum tempo positivamente essa medalha, mas pra que não se falasse em medalha durante a campanha ou pré-campanha deixou-se para depois do evento que fosse de forma pública entregue. Estou grato. É uma honraria, você tem que arriscar a sua vida para conseguir essa medalha.
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro foi chamado de racista, machista, homofóbico e misógino. Em sua primeira entrevista, a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro disse que achava as palavras injustas.
— Ele é taxado de racista e um dos melhores amigos dele há vinte anos é o Hélio Negão (…) Eu tenho certeza que o Brasil está dando essa oportunidade para conhecer o Jair de verdade.
Por: Richard Corrêa
Fonte: Mariana Londres, de Brasília