O Banco Goldman Sachs elevou a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano de 4,6% para 5,5%, após a alta de 1,2% no primeiro trimestre, sobre o último do ano passado, divulgada hoje pelo IBGE.
“Após levar em consideração o número do primeiro trimestre, as revisões de trimestres anteriores e o sinal dos indicadores antecedentes e coincidentes da atividade, elevamos a projeção de 4,6% para 5,5%”, escreve, em nota, Alberto Ramos, diretor do departamento de pesquisa econômica para América Latina da instituição.
A projeção assume que não haverá escassez no fornecimento de energia, que a escassez de insumos para a indústria vai diminuir e que a pandemia de covid-19 será controlada no segundo semestre do ano.
O aumento da inflação e dos juros básicos e o persistente ruído político são os fatores que podem limitar o crescimento, diz Ramos.
PIB trimestral
Para Ramos, a economia teve um desempenho melhor do que o esperado diante do impulso dado pelos ganhos de eficiência e adaptação em meio à pandemia. A melhora significativa dos termos de troca também ajudou.
A acumulação de estoques gerou um impulso positivo significativo para a atividade no primeiro trimestre, observa Ramos, compensando a desaceleração da demanda doméstica final e a contribuição negativa de 1,07 ponto percentual à atividade.
Nas contas de Ramos, o crescimento da demanda doméstica final desacelerou para 0,7% no primeiro trimestre ante o último de 2020, quando foi de 5,7%, feito o ajuste sazonal, puxada pela queda no consumo das famílias, de 0,1%, e do governo (-0,8%).
Algo que foi mais que compensado pelo aumento do investimento em “ex-estoques”, de 4,6% no trimestre, ante o último período do ano passado, feitos os ajustes sazonais.
Ramos pondera que as importações e o aumento de 4,6% na formação bruta de capital fixo foram distorcidos para cima pela importação contábil de plataformas de petróleo.
Fonte: Valor Investe
Por: Richard Corrêa